Poderíamos
dizer que dez entre dez mulheres têm celulite ... Mas a
proporção é um pouco menor: segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia
(SBD), oito em cada dez mulheres têm algum grau do problema,
que raramente acomete os homens. No entanto, apesar de ser um problema tão
comum, ele incomoda todas as mulheres que o apresentam: “Em 2011, a
dermatologista brasileira Dóris Hexsel e colaboradores validaram um
questionário composto por oito questões que contemplam oito diferentes
situações nas quais a presença da celulite pode gerar desconforto emocional ao
paciente. Neste estudo foi observado que a maioria das mulheres se sente, em
algum grau, incomodada com a presença da celulite”, explica a dermatologista
Taciana Dal’Forno Dini, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Dermatológica (SBCD).
Mas
afinal, o que é a celulite? “É uma alteração causada pelo acúmulo de gordura,
água e toxinas nas células, fazendo com que essas células fiquem cheias e
endurecidas, deixando o local com desníveis (ondulações e retrações) e nódulos,
que se manifesta externamente através dos furinhos indesejados”, define a
dermatologista Valéria Campos, vice-coordenadora do Departamento de Lasersda
SBD. Mesmo sendo comum, muitas vezes a celulite pode ser um indicativo
desituações de saúde mais grave. Mas para entender isso melhor, é preciso falar
das causas da celulite.
Os
causadores dos furinhos!
A
celulite nada mais é do que uma alteração causada por gordura, portanto o
sobrepeso é uma causa natural para o problema, mas nem sempre esse excesso de
gordura é indicado pela balança. “Muitas mulheres que têm o peso normal podem
ter celulite por um desequilíbrio entre a massa magra e a gordura corporal.
Portanto, concluímos que o excesso de gordura associado à ação dos hormônios
femininos e alterações na microcirculação e nos linfáticos acabará formando a
celulite”, resume a dermatologista Adriana Caldas, docente da Faculdade
Estadual de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp-SP).
Não
só estética
Além
disso, outros fatores que atrapalham a circulação sanguínea também são culpados
pelo aparecimento do problema: “alterações no eixo hormonal feminino por
doenças hormonais, por alterações circulatórias de causa genética e os
facilitadores que favorecem o surgimento, como sedentarismo, fumo e má
alimentação”, lista a dermatologista Joana D`Arc Diniz, diretora cientifica da
Sociedade Brasileira de Medicina Estética (SBME).
Por
isso mesmo, ela deve ser considerada um sinal de alerta do organismo de que a
saúde não vai bem. “Quando a pessoa apresenta os graus 3 e 4 da celulite
podemos dizer que se trata de um quadro delicado que deve ser observado e
tratado. Não só a estética, mas sim a causa da celulite: o paciente deve rever
toda a vida que leva e o que está levando-o a ter esse tipo de problema”,
pondera a dermatologista Daniela Schmidt Pimentel, membro do corpo clínico do
Hospital Sírio-Libanês (SP).
Mudar
é preciso
Por
isso mesmo, a forma mais eficaz de eliminar a celulite é mudando seu estilo de
vida. “É preciso melhorar a alimentação, evitando carboidratos refinados que
estimulam o acúmulo de gordura, reduzir o consumo de sal, consumir alimentos
mais alcalinos, reduzir bebidas alcoólicas, consumir mais ômega-3 e proteínas”,
resume a dermatologista Claudia Calvano (RJ). Além disso, a prática de
exercícios é muito benéfica para quem tem celulite, primeiro por ajudar a
queimar a gordura e também por melhorar a circulação. “Mas não deixe de
englobar tanto o exercício aeróbico quanto o exercício de resistência, como
musculação e Pilates”, alerta Claudia.
Mantendo
esse estilo de vida em dia, é possível potencializar os resultados com alguns
tratamentos estéticos. “A celulite é uma doença multifatorial, e pode ser
tratada através de alguns recursos estéticos, não há cura para o problema, mas
através dos tratamentos certos é possível amenizar o aspecto ‘casca de laranja’
e reduzir seu grau”, tranquiliza a fisioterapeuta dermatofuncional Aline
Olivetto (SP) da Siluets Estética.
Fonte : Revista
VivaSaúde/ Edição 150
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