Muitos dizem que 2016 não tem sido o ano do amor,
digamos assim, devido ao grande número de casais famosos se divorciando. A
separação de William Bonner e Fátima Bernardes, Brad Pitt e Angelina Jolie, Taylor Swift e Calvin Harris e Johnny Depp e Amber Heard chocou os fãs. Mas, embora
o rompimento tenha parecido repentino para quem está de fora, o psicoterapeuta Michael McNulty,
afirma em entrevista à Fox News, que muito provavelmente os
problemas que causaram as separações já existiam há tempos.
“Os relacionamentos tendem a acabar mais pelo gelo do que pelo fogo”,
diz. Em outras palavras, geralmente existem alguns sinais de alerta que um
relacionamento está desmoronando. E, acredite ou não, brigas
frequentes não é um deles, mas sim a forma como você e seu parceiro interagem
durante esses conflitos.
“Sessenta e nove porcento dos conflitos que surgem entre os
parceiros serão sempre questões em andamento. Apenas 31% dos problemas são
realmente muito simples e podem ser resolvidos”, diz McNulty, que
atende casais há mais de 25 anos.
Diante disso, McNulty elencou sete sinais de que seu
relacionamento pode estar quebrado e algumas estratégias de como
repará-lo.
Mais interações negativas do que positivas
Segundo McNulty, o primeiro sinal de um relacionamento
problemático é o aumento das interações negativas, como um
comportamento ranzinza, excesso de críticas ou sarcasmo. E, essa negatividade
pode ser mais sutil do que você imagina. “Basta 1,2 interação negativa a
cada uma interação positiva para um possível divórcio”, diz McNulty.
Os casais mais felizes têm cinco interações positivas para cada negativa. Por
isso, uma ligeira alteração comportamental pode ser um sinal importante de que
é hora de controlar o lado ruim e amplificar o bom.
Seu corpo enlouquece durante as discussões
Discussões sempre são opressivas e
esmagadoras, mas se você notar que ao brigar com o seu parceiro você assume uma
postura no estilo O Exorcista, é um grande sinal de que algo está
errado. O termo de psicologia para isso é “inundação” (tradução livre do inglês flooding) e diz respeito à resposta física que
ocorre quando se fala de um problema com um parceiro, e pode envolver
tudo, desde um ritmo cardíaco acelerado até suor e problemas de estômago. “Neste
estado, não podemos receber novas informações, não podemos pensar criativamente
e perdemos os nossos sentidos de humor, tudo o que faz com que seja difícil ter
discussões sobre desavenças”, diz McNulty.
Se você notar que isso acontece, o especialista aconselha fazer uma
pausa e voltar à conversa quando estiver mais calmo. “Respire
profundamente ou assista a um programa de TV bobo ou dê um passeio que te ajude
a relaxar”, sugere McNulty. Só não deixe a questão mal resolvida, ressalta
o terapeuta.
Você constantemente aponta falhas
Quando você passa muito tempo com alguém, mesmo que você ame essa
pessoa, você provavelmente vai ficar irritado com suas ações ao longo do tempo.
Até aí, tudo bem. Mas quando você começa a ver os hábitos irritantes do
parceiro como uma falha de caráter, algo aparentemente trivial como esquecer as
tarefas domésticas, pode ser distorcida e se tornar algo como “Você não se preocupa
com a nossa casa porque você nunca lembra de tirar o lixo.”
Neste caso, o especialista indica uma simples solução: ao expressar sua
frustração ao seu parceiro, use mais o “eu” e pare de apontar o dedo para ele.
Por exemplo, na situação acima, você poderia dizer algo como “quando você
esquece de levar o lixo para fora, eu fico chateado porque eu estou
tentando manter a nossa casa arrumada.” Essa atitude abre espaço para
uma solução mais colaborativa, em vez de simplesmente magoar seu parceiro.
Você está sempre na defensiva
Se você está se sentindo atacado por seu parceiro, a sua resposta
instintiva é a defesa. Portanto, se o seu companheiro trouxe a questão do
lixo, por exemplo, uma reação natural pode ser contra-atacar com algo como:
“Você está louco! Eu sempre tiro o lixo, eu não sei do que você está
falando!”. E isso pode aumentar ou piorar o conflito.
Mas como você reequilibrar esta reação natural? “O antídoto é assumir a
responsabilidade, mesmo que apenas uma pequena parte. Voltando ao cenário
de lixo, uma resposta melhor seria: “Você está certo, eu poderia lembrar de
colocar o lixo para fora mais vezes, eu vou escrever um lembrete no meu
telefone para que eu não esqueça.” Essa abordagem mostra que você está disposto
a trabalhar como uma equipe para resolver o problema, explica McNulty.
Há muito desprezo
Para McNulty, o desprezo
é o maior preditor do divórcio. “É como derramar ácido sobre o amor. E quando
você derrama ácido demais no amor, em algum ponto não haverá mais amor. Você
pode ver o desprezo na forma de um comentário desagradável, olhos
rolando ou uma cara de desgosto”, afirma.
Enquanto o desprezo entre os parceiros é um dos sinais mais reveladores
de uma relação condenada, a esperança não está completamente perdida se
houverem outras interações positivas, como falar sobre necessidades pessoais e
focar no lado positivo. McNulty incentiva seus pacientes a adquirirem o
hábito de apontar duas ou três coisas boas sobre o seu parceiro a cada semana.
“A esperança é passar de desprezo para a criação de uma cultura de
valorização”, explica.
Você não pode quebrar a parede
“Oi, você está me ouvindo?” Se essa pergunta te soa familiar, você já
deve ter experimentado a “obstrução” de uma conversa, tanto através da
linguagem corporal (olha para baixo ou distante) ou verbal. “Quando isso
acontece, parece que a pessoa não se importa. Mas, muitas vezes, as pessoas só
estão surpreendidas com a discussão e não sabem o que fazer”, diz McNulty.
Neste caso, também há uma solução simples: faça o outro entender
que você está se sentindo sobrecarregado e descubra como lidar com a conversa
de uma forma mais acessível para ambas as partes.
Você começa a sentir sozinho
É a ilustração do comentário de McNulty que “relacionamentos terminam
mais pelo gelo do que pelo fogo”. Isso porque, ao longo do tempo, todos os
fatores acima começam a se somar, tornando as famosas “DRs” (discussões de
relacionamento) totalmente impraticáveis. “As pessoas tendem a ficar cansadas
de lidar umas com as outras e com suas diferenças, o que as leva viver mais
como companheiros de quarto, vivendo vidas paralelas, até, finalmente,
dissolver seu relacionamento”, diz.
Mas, antes de deixar que essa informação
intensifique sua depressão pós-Brangelina e te faça desistir de vez do amor, McNulty afirma que nunca é tarde demais para
salvar um relacionamento minguante. De fato, estudos do Instituto Gottman
mostram que 80% dos casais que testou essas estratégias relataram melhorias em
seu relacionamento.
“Quando as pessoas percebem estarão em conflito com seu parceiro em
boa parte do tempo, elas são muito mais capazes de se comprometer e trabalhar
em conjunto”, diz McNulty.
Fonte : Veja.com
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