Ficar muito tempo sentado já foi associado a diversos riscos à saúde
como aumento da probabilidade de morte prematura, do nível de colesterol,
de hipertensão, problemas cardíacos e resistência à insulina. Agora, um
estudo publicado recentemente no periódico American Journal of Epidemiology concluiu que sentar demais prejudica as células em nível
biológico, contribuindo para atéoito anos de envelhecimento.
No novo estudo, uma
equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, liderada
por Aladdin Shadyab, decidiu analisar o impacto do sedentarismo nos
cromossomos. Mais especificamente nos telômeros. Essa estrutura é responsável
por proteger o DNA contra possíveis danos causados pela divisão e replicação
celular. À medida que as células envelhecem os telômeros naturalmente encurtam
e se desgastam. Logo, seu tamanho serve como um marcador da idade da célula e
consequentemente da idade de quem a célula pertence.
Para isso, eles analisaram amostras sanguíneas de
cerca de 1.500 mulheres participantes de um grande estudo sobre doenças
crônicas na menopausa. Em seguida os pesquisadores compararam o comprimento dos
telômeros com a prática de atividade física das participantes em busca de
possíveis associações entre exercícios e envelhecimento.
Oito anos a mais
Os resultados mostraram que entre as mulheres que
não praticavam os 30 minutos diários recomendados de atividade física , aquelas
que era mais sedentárias (ficavam sentadas por pelo menos 10 horas por dia)
tinham telômeros menores do que aquelas que passavam menos tempo sentadas. De
acordo com os cientistas, esse encurtamento foi o equivalente a cerca de oito
anos de envelhecimento.
Isso significa que mulheres inativas que passaram
mais tempo sentadas eram em média oito anos mais velhas, em nível celular, do
que aquelas que estavam inativas, mas passavam menos tempo sedentárias. Alem
disso, as mulheres que praticavam a quantidade recomendada de exercícios
diários não apresentaram associação entre o tempo que passavam sentadas e
a redução no comprimento dos telômeros, sugerindo que a atividade física pode
neutralizar o encurtamento natural do envelhecimento.
“Nossos resultados sugerem que a combinação de ser
sedentário e não se engajar em atividade física suficiente para prevenir
o encurtamento dos telômeros leva ao menor comprimento dos telômeros [e
maior envelhecimento]”, disse Shadyab.
Embora a quantidade exata de atividade física
necessária para neutralizar os efeitos do sedentarismo sobre o envelhecimento
celular ainda não esteja claro, esse estudo mostra que o exercício pode ser uma
maneira simples e eficiente de retardar esse processo.
Fonte : site Veja.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário